Por Floresta News
Publicado em 15 de abril de 2025 às 11:47H
Delegações com cerca de 400 indígenas de todo o estado participaram do início do evento que une tradição, consciência ambiental e diversidade cultural
O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), iniciou nesta segunda-feira (14), a programação da “Semana dos Povos Indígenas: Aldeando a COP 30”. O evento está com programação totalmente gratuita e aberta ao público, a partir das 9h.
Sobre passos ritmados, passos firmes e cantos tradicionais, carregando bodurnas, arcos e flechas, as delegações com indígenas, entre adultos, anciãos, jovens, crianças e mulheres de diversas etnias do Pará, entraram nas dependências do Hangar – Centro de Feiras e Convenções da Amazônia, e foram recepcionados pela secretária Puyr Tembé, titular da Sepi.
Após o momento inicial de celebração na mesa de abertura oficial da programação, estavam lideranças indígenas, representantes da educação escolar indígena, Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc), Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa) e Defensoria Pública do Estado (DPE).
“É importante lembrar que a Semana dos Povos Indígenas é uma demanda que nasce do movimento indígena. Viemos aqui para dialogar, construir e demandar políticas públicas. Estamos aqui também para buscar o protagonismo, para construir uma política indigenista para os povos indígenas do nosso estado, com a participação dos povos. E isso é um desafio e um compromisso que envolve as associações, sociedade e as organizações indígenas”, disse.
Durante o evento, Ceiça Pitaguary, secretária nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), celebrou a realização da segunda Semana dos Povos Indígenas do Pará.
“É uma emoção estar aqui na Semana, pela primeira vez. Quero falar da importância que é o protagonismo dos povos indígenas e a existência de secretarias nos estados, alinhadas com o ministério dos povos indígenas. Essa é uma ação importante, porque mostra o que já dito há muitos anos, que a solução somos nós. São nos territórios indígenas que concentram 85% da biodiversidade do planeta. São neles que estão as menores taxas de desmatamento. E isso é feito pelas próprias mãos dos povos indígenas e povos tradicionais”, reforçou.
Após a apresentação, foi iniciada a II Feira de Arte Indígena e em seguida, o Seminário da Educação Indígena: Construção da Política Estadual da Educação Escolar Indígena do Estado do Pará, que destacou as consultas já realizadas em territórios indígenas no estado.
Bepdja Kayapó, professor indígena, destacou a importância da implementação da lei no nosso estado. “O governo abriu essa porta para nós e com a criação da lei específica de educação escolar indígenas, nós poderemos ter as nossas especificidades levadas em consideração, dentro dos nossos territórios. Queremos ter essa lei para garantir o nosso ensino para as nossas crianças. A escola é importante porque nelas as crianças podem aprender a nossa língua e a nossa cultura”, destacou.
A lei inédita no Pará levará em conta todas as demandas solicitadas pelos povos indígenas das oito etno-regiões do estado e, após a realização das consultas com as lideranças, será apresentada na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).
(Agência Pará)