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Tucuruí, 21 de December de 2024
Sistema Floresta

Emater apoia extrativistas de açaí de Cametá para acesso às linhas de crédito rural 

Por Floresta News
Publicado em 08 de outubro de 2024 às 06:53H

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Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) contribui para a melhor organização e maior produção de trabalhadores rurais

No show cotidiano da natureza, com as marés do rio Tocantins subindo e descendo do palco da ilha Capiteua do Carapajó, Elcione de Nazaré Silva, de 35 anos, acompanhada há quatro anos pelo escritório local  da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) de Cametá, no nordeste paraense, declara-se uma fã de açaí. “Açaí é nossa fonte de renda, nosso principal alimento, é o que existe à nossa volta. Açaí é tudo”, diz a agroextrativista.

Na casa onde ela vive com o companheiro Ronivaldo Batista, de 28 anos, e o filho do casal, Kaíque Gabriel, de oito anos, tem açaí em todo almoço, merenda e jantar. Por quinzena, a família colhe, em média, mais de 400 quilos do fruto. Tirando a subsistência, o produto é vendido nos portos da comunidade.

“O Kaíque ama com farinha-de-tapioca. Eu olho pro nosso filho e vejo um futuro, porque a gente, que é ribeirinho, trabalha para continuidade, para preservação; para, quando chegar a hora do Kaíque empreender, conquistar, estudar, ele saiba lidar com açaí,”, considera. 

Foto: Alex Ribeiro / Ag. Pará

Elcione faz parte de um grupo de dez extrativistas que, juntos, até o fim de outubro, podem receber um total de meio milhão de reais de crédito rural para manejo dos açaizais nativos, a partir de projetos da Emater e liberação pelo Banco da Amazônia (Basa). As propostas individuais das linhas A e Floresta do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) chegam a R$ 50 mil, à vista de três a dez hectares, a depender da dimensão de cada propriedade. 

Para a chefe do escritório local da Emater em Cametá, a engenheira agrônoma Anna Paula Muniz, especialista em Agricultura Integrada na Amazônia, a atuação da Emater, como órgão oficial de assistência técnica e extensão rural públicas, é muito importante: “Orientamos um processo tecnológico de manejo de açaizal de forma sustentável e de baixo impacto nas áreas de exploração, essas muito polarizadas, porque são mais de 100 ilhas habitáveis no município.

A Emater executa uma rotina de trabalho direto e indireto na maior parte das ilhas. O manejo dessas áreas depende de vários fatores, como onde se encontram, tamanho. Na atualidade, com o apoio da Emater, as famílias já se realizam bastante conscientes quanto ao manejo sustentável. Os resultados começam a aparecer em um ano”, explica. 

Dos beneficiários de agora do crédito rural, dois vivem no Beradão, uma zona de transição entre terra firme e várzea, e oito são moradores das ilhas Biribatuba de Baixo, Capiteua de Carapajó, Cuxipiari, Grande do Furtado, Guajará de Cima, Itaúna, Jaracuerazinho, e Pacovatuba. No caso das ilhas, constituem  assentamentos federais banhados pelos rios Tocantins e seus braços. 

Texto de Aline Dantas de Miranda 

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