Por Floresta News
Publicado em 08 de junho de 2023 às 11:00H
Nesta quinta-feira (8), a justiça indonésia anunciou a condenação de Manuela Vitória de Araújo Farias, uma jovem paraense de 19 anos, a 11 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 1 bilhão de rúpias (equivalente a mais de R$ 330 mil). A sentença foi proferida pelo tribunal após a prisão de Manuela, em dezembro do ano passado, no Aeroporto Internacional de Bali, com quase três quilos de cocaína.
A leitura da sentença trouxe algum alívio para a família da jovem, uma vez que a acusação inicial de narcotráfico internacional poderia resultar em penas mais severas, como prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte, devido às leis rigorosas do país asiático. O advogado de Manuela, Davi Lira, afirmou que a pena de 11 anos foi considerada um “milagre” e ressaltou que a situação poderia ter sido muito pior, citando casos anteriores de condenações por crimes semelhantes na Indonésia.
Em uma audiência realizada no final de maio, o Ministério Público da Indonésia sugeriu uma pena de 12 anos de prisão, o que parece indicar um certo reconhecimento de que a jovem não seria uma narcotraficante internacional. Essa redução na pena proposta trouxe um pouco de esperança à família, que temia pelas consequências mais graves que poderiam recair sobre Manuela.
O caso da jovem brasileira chamou atenção para os perigos enfrentados por pessoas envolvidas com tráfico de drogas na Indonésia. Em 2015, o brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte foi capturado pelas autoridades indonésias com 6 kg de cocaína e acabou sendo executado.
Segundo o advogado de Manuela, ela teria sido enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina, que a recrutou como “mula do tráfico” oferecendo férias e aulas de surfe na Indonésia. O advogado mencionou que as investigações sobre o grupo criminoso estão em sigilo pela Polícia Federal, mas ressaltou que Manuela teve contato com eles cerca de seis meses antes da proposta de viagem, tempo suficiente para estabelecer algum grau de confiança.
Manuela, que morava no bairro do Guamá, em Belém, capital do Pará, também tinha residência em Santa Catarina, onde sua mãe vive.
(Floresta News)
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